Cuidar de Você 30 de Abril de 2019

4 riscos da automedicação por pesquisas na Internet


Seja por responsabilidade própria ou por indicação, a simples ação de tomar remédios sem indicação de um médico ou farmacêutico pode ser bastante prejudicial. Por isso, conheça agora 4 riscos da automedicação por pesquisas na Internet.

Apresentadora da Unimed Fortaleza, Ingrid Machado, segurando medicamento nas mãos.

A automedicação é a prática de tomar remédios por conta própria. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os medicamentos de venda livre, embora não precisem de receita para serem comprados e sejam expostos em balcões, podem trazer sérias complicações à saúde. Ao contrário do que se pensa, o seu consumo não é livre, pois deve ser personalizado de acordo com a necessidade de cada indivíduo.

Com a praticidade dos sites de busca, cresceu o número de pesquisas pelos sintomas de doenças e, consequentemente, a automedicação por pesquisas na Internet tornou-se cada vez mais frequente. A rotina turbulenta e o adiamento dos cuidados com a saúde, como consultas de rotina, por exemplo, contribuem ainda mais para esse cenário. Pela conveniência, muitas pessoas se habituaram a pesquisar online e, assim, tentam resolver todo tipo de problema.

O Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) realizou uma pesquisa que revelou que 76,4% da população brasileira faz uso de medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos. São pessoas que consomem qualquer tipo de remédio quando necessitam e dispõem, inclusive, aumentando suas dosagens a fim de obter um efeito mais acelerado. Mas, qual o problema disso? Confira os principais abaixo!

4 riscos da automedicação por pesquisas na Internet

1. Intoxicação

A intoxicação é o conjunto de sinais e sintomas causados pela exposição às substâncias químicas nocivas ao organismo, como remédios em doses excessivas.

As reações alérgicas podem ser causadas principalmente por analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos, podendo ocasionar um quadro grave do paciente.

Sintomas como aceleração dos batimentos cardíacos, aumento ou queda da pressão arterial, vermelhidão, vômitos, dor abdominal, podem ser comuns quando se está intoxicado.

Automedicação em crianças

Os riscos de intoxicação são ainda maiores em crianças, pois o acúmulo de remédios no organismo pode afetar o funcionamento dos órgãos e gerar sequelas.

Casos de dor de ouvido, congestionamento nasal, febre, dor de dente, alergias, crises de gripe e sinusite entre as crianças, faz com que os pais deem remédios de imediato para alívio das dores e sintomas. No entanto, as crianças têm o organismo mais sensível, portanto, são mais vulneráveis à intoxicação.

2. Interação medicamentosa

O medicamento pode reagir quando entra em contato com outro medicamento, com alimentos ou com drogas (álcool, cigarros ou drogas ilícitas). As reações podem ser benéficas, mas também podem prejudicar o organismo do indivíduo.

A idade também pode aumentar a probabilidade de ocorrência das reações e complicações, devido aos órgãos como o fígado e rins terem suas atividades reduzidas em idosos.

Por isso, é bastante importante ler as informações contidas em ?interação medicamentosa?, presente na bula do remédio e evitar a automedicação por pesquisas na Internet, sem nenhum tipo de orientação médica.

3. Resistência de microrganismos

O uso exagerado de antibióticos pode aumentar a resistência de microrganismos. Dessa forma, a bactéria se torna mais resistente e, por conta disso, é necessário o uso de antibióticos mais fortes para combatê-la. Por este motivo, é muito importante ir ao médico antes do uso desse tipo de medicamento para não acarretar outras complicações.

4. Dependência

O paciente com dor, que ao tomar um remédio sente alívio imediato, pode se tornar dependente químico e usar o medicamento repetidas vezes. O uso excessivo do remédio faz com que a substância possa se tornar tóxica ou venha a perder o efeito terapêutico com o passar do tempo. Além disso, o abuso de medicamentos pode gerar diversas complicações à saúde como parada respiratória, arritmias, insuficiência hepática aguda e outras.

Para indivíduos já dependentes de medicações é indicado que a sua retirada seja feita conforme orientação médica, a fim de diminuir os efeitos causados pela falta do medicamento no organismo (síndrome da abstinência).

Recomenda-se também o acompanhamento psicológico para que o indivíduo através da psicoterapia desenvolva mecanismos de enfrentamento durante o tratamento. O psicólogo trabalha motivando os pacientes com foco na modificação do seu comportamento e inclusão de novos hábitos, podendo também utilizar técnicas de relaxamento para diminuir a ansiedade, sintoma recorrente nesses casos. É necessário oferecer suporte e apoio diante as dificuldades inerentes ao processo.

Proteja sua família

Os riscos da automedicação por pesquisas na Internet e por indicação de conhecidos são muitos, portanto, deve-se evitar tomar remédios por conta própria. O mais indicado é ir ao hospital, consultar-se com profissionais da saúde para ser medicado adequadamente.

Outro hábito que você deve adotar, é ler a bula dos medicamentos. Na bula, estão contidas informações relevantes do medicamento, como: indicações, contraindicações, reações, precauções e interações medicamentosas. Por meio dela, o paciente tem acesso às possibilidades de ocorrência ao usar o medicamento, podendo assim evitar possíveis complicações.

A Anvisa disponibiliza as bulas por meio eletrônico e, também, na página de cada medicamento dentro do Consulta Remédios, a bula de maneira mais organizada e de fácil compreensão.

Para uma prevenção ainda maior, confira também o vídeo que preparamos com o tema automedicação em nosso canal do Youtube. Assista abaixo!

Assista a parte 1:

Assista a parte 2:

dr-jurandir-marques
Conteúdo aprovado em parceria com o médico Dr. Jurandir Marques

Médico formado pela Universidade Federal do Ceará | Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular | Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular | Diretor Clínico do Hospital Regional da Unimed Fortaleza

 

Rodapé da página.