Afinal, você conhece o glúten, onde encontrá-lo e como ele pode manifestar na doença celíaca ou sensibilidade ao glúten?
Cansaço, tontura, manchas vermelhas na pele e enxaquecas frequentes fazem parte da sua rotina após as refeições? Esses são alguns dos sintomas de quem possui doença celíaca ou sensibilidade ao glúten. Eles podem afetar o seu dia a dia, por isso é importante saber em qual desses quadros você se encaixa, para ter acesso ao tratamento adequado e conquistar uma qualidade de vida adequada.
Para entender um pouco sobre as reações alimentares relacionadas ao glúten, é essencial ter algum conhecimento sobre ele. Essa substância é resultado da combinação entre dois grupos de proteínas: a glutenina e a gliadina. Ao entrar em contato com a água, as farinhas de trigo, a cevada e o centeio facilitam a ligação desses componentes, formando o glúten e atuando de forma a deixar as massas que consumimos mais elásticas e resistentes, para não arrebentar quando for manuseada para preparo.
Comumente associada ao consumo de pães e outras massas, a doença celíaca ou sensibilidade ao glúten pode se manifestar com outros grupos de alimentos. Biscoitos, bolachas, bolos, salgadinhos, maionese, sopas desidratadas ou temperos prontos são alguns produtos que possuem glúten e devem ser evitados.
Vale lembrar que não é apenas a alimentação que pode influenciar nas reações a esse tipo de componente. Produtos de higiene pessoal, cosméticos e fixadores de roupas, também podem conter glúten em sua fórmula. Nesse caso, a substância é utilizada como emulsificante ou estabilizante.
Esse tipo de informação passa despercebida por boa parte dos pacientes, mas não é por falta de atenção. Isso pode ser explicado pelo fato de que fabricantes de produtos de higiene pessoal, cosméticos e medicamentos não são obrigados a indicar a presença do glúten de forma destacada, ao contrário das embalagens alimentícias. Por esse motivo, muitos pacientes podem entrar em contato sem saber com componentes alergênicos e, possivelmente, terem dificuldades ao tratarem a sua doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.
Uma forma de identificar se algum produto que você utiliza tem glúten é prestar atenção na presença de alguns ingredientes no rótulo. Conheça alguns deles:
As definições de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten podem ser facilmente confundidas quando relacionadas à alimentação, e com o glúten não seria diferente. A diferenciação entre essas reações acontece porque a sensibilidade a esse componente ocorre quando o organismo do paciente produz anticorpos contra o glúten, levando a uma resposta quase que imediata do corpo e gerando sintomas como dores abdominais, vômitos e dores de cabeça. Entretanto, o processo alérgico não causa danos permanentes e os sintomas desaparecem quando não ingerimos alimentos com glúten. Esta é reversível e pode desaparecer com a ausência de glúten na alimentação por longo período.
Quando falamos sobre doença celíaca, o quadro se modifica. O sistema imune não é ativo nesse tipo de reação, como na alergia, mas sim existe uma inabilidade para a digestão do glúten. A célula absortiva intestinal é danificada pelo glúten. Esse diagnóstico é provocado pelo contato contínuo e excessivo ao componente, gerando refluxo, acne e inchaço como reações do nosso organismo, tanto locais (intestinais) como sistêmicos (gerais). É de caráter genético e portanto irreversível.
Ao pensarmos em doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, logo nos vem à mente uma alimentação completamente restritiva, mas não é bem assim.
Ao ser diagnosticado com uma das reações, o paciente deve evitar alimentos como pães, biscoitos, bolos ou macarrão – que contenham farinhas ou grãos integrais e derivados de trigo -, além de aveia, centeio, cevada e malte. Porém, cereais e farinhas de milho e arroz são permitidas, bem como amido de mandioca (goma). Além disso, existe uma série de alimentos que podem ser ingeridos nesse tipo de dieta, mas você não sabe disso. Conheça alguns deles:
Uma alternativa é o consumo de trigo sem glúten; mais caro, mas existe. Vale lembrar que, ao consumir produtos industrializados, é sempre importante verificar se existe glúten no alimento em questão.
Para conviver de forma saudável com algum desses quadros é necessário sempre cuidar da alimentação e atentarmos para os produtos que usamos no dia a dia. É primordial para um tratamento eficaz, entretanto, saber o seu diagnóstico. O ideal é procurar um gastroenterologista para tirar as suas dúvidas.
Ao entrar em contato com esse profissional, provavelmente serão solicitados alguns exames como anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT), do anticorpo anti-endomísio (AAE), anti-gliadina, antígenos HLA D/Q 2/8 e uma endoscopia com biópsia nas vilosidades que revestem a parede do intestino delgado. Segundo a Fenacelbra (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil), esses são procedimentos confiáveis para realização do diagnóstico.
Vale lembrar que esses exames podem ser realizados em um dos laboratórios da Unimed Fortaleza que ficam perto de você. Passando por todo esse processo, o paciente facilitará o seu tratamento e terá uma alimentação saudável e saborosa, sem deixar de cuidar da saúde.
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Inicialmente, pode parecer complicado ter doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, mas, seguindo um cardápio saudável e as orientações dos profissionais de saúde, é possível seguir a sua rotina de uma forma equilibrada e sem incômodos.
Para te auxiliar com uma dieta livre de glúten, que tal acrescentar alimentos orgânicos ao seu dia a dia? Para ter mais dicas sobre alimentação saudável, curta o Facebook e o Instagram da Unimed Fortaleza.
Conteúdo produzido em parceria com o médico Dr. Ricardo Aires
Professor Associado de Gastrenterologia da Faculdade de Medicina da UFC | Doutor em Farmacologia Clinica pela Universidade Federal do Ceará | PHd em Gastroenterologia pela American Gastrointestinal Association (AGA)
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