O sarampo é uma doença altamente infecciosa que voltou a preocupar os brasileiros em 2019. Descubra agora a melhor forma de prevenção e saiba como proteger a sua família.
O Brasil não registrava casos de sarampo desde 2015, o que rendeu ao país o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). No entanto, recentemente ocorreram surtos nos estados de São Paulo e na Bahia, o que colocou o Ministério da Saúde em alerta e trouxe à tona a importância da prevenção para toda a população.
Provocada por um vírus chamado Morbillivirus, a doença é caracterizada pela presença de erupções cutâneas na pele, de cor avermelhada. Sua forma de transmissão é através das secreções das vias respiratórias, como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse.
Uma das causas são os vírus “importados”. Os brasileiros que viajam para países onde o sarampo circula amplamente, e os estrangeiros contaminados que visitam o Brasil, podem trazer consigo o genótipo do vírus causador. Movimentos como o antivacina também contribuem para o retorno da doença ao país, pois deixa pessoas que se recusam a se vacinar expostas a diversos vírus, o que facilita a contaminação.
No surto atual, a suspeita é que o vírus seja de países da Europa e da Ásia. Segundo a Prefeitura de São Paulo, “os primeiros casos na cidade de São Paulo surgiram a partir de fevereiro, importados da Noruega, Malta e Israel”.
Os perigos da volta do sarampo para o Brasil preocupa a todos, visto que a sua proliferação pode ocorrer facilmente e, com ela, podem surgir as diversas consequências dessa enfermidade, entre elas a surdez, a cegueira e até o falecimento das vítimas, em casos mais graves. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde contabilizou 110 mil mortes em decorrência do sarampo em todo o mundo, sendo as crianças as principais vítimas.
Os primeiros sintomas que costumam aparecer são:
Geralmente, o sarampo começa com febre elevada acompanhada de conjuntivite não purulenta – caracterizada por olhos vermelhos, lacrimejamento e fotofobia. Sintomas respiratórios também podem surgir e, depois de dois a três dias, pequenas lesões na mucosa oral conhecidas como manchas de Koplik.
Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas na pele com progressão crânio caudal, ou seja, começando na parte superior do corpo e progredindo para a parte inferior. Geralmente não causam coceiras e depois de três dias as manchas se tornam acastanhadas com fina descamação da pele.
Segundo a infectologista, “As duas doenças causam lesões na pele, mas são bem diferentes. As lesões do sarampo são maculopapulares avermelhadas, caracterizada pelo aparecimento de manchas e de pápulas de tonalidade avermelhada, começando atrás das orelhas e se espalhando pelo rosto e por todo o corpo. Já as lesões da catapora são vesiculares, com líquido no seu interior, embora a sua maior característica seja o polimorfismo regional, ou seja, em um mesmo dermátomo são encontradas lesões em vários estágios: pápula, vesícula, pústula e crosta.”
O melhor jeito de se prevenir é se vacinando. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), a vacina antissarampo é eficaz em cerca de 97% dos casos. Para uma imunização correta, a vacina deve ser aplicada em duas doses:
Primeira dose: a partir do 12º mês de vida da criança;
Segunda dose: entre os 15 e 24 meses.
As pessoas fora desse período, com até 29 anos, podem tomar a versão tríplice viral (que protege ainda contra caxumba e rubéola) nos postos da rede pública de saúde de todo o país, em duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
Caso você só tenha tomado a primeira dose da vacina, deve se dirigir ao posto de saúde para receber a segunda. Já para aqueles entre os 30 e os 49 anos que ainda não foram imunizados, a vacina é aplicada em uma dose, exceto para profissionais de saúde, que devem recebê-la duas vezes.
Como a vacina é feita com o vírus vivo atenuado (enfraquecido, porém vivo), gestantes e indivíduos com a imunidade comprometida são contraindicados. O mesmo vale para portadores de HIV sintomáticos e usuários frequentes de medicamentos que suprimem a ação do sistema imune (corticóides, quimioterápicos, entre outros).
Quanto às reações provocadas pela vacina, não há muito com o que se preocupar, pois como a vacina é subcutânea – aplicada logo abaixo da pele -, reações locais são incomuns.
Se a pessoa tem certeza de que já teve sarampo, ela já está imunizada, portanto, não terá novamente. Mas a médica infectologista enfatiza que é preciso ter a certeza de que se tratava de sarampo e não de outra virose exantemática, estas são doenças infecciosas cujo as manifestações cutâneas são essenciais para seu diagnóstico.
No momento, não existe tratamento antiviral específico contra o vírus do sarampo. Portanto, as complicações graves da doença podem ser evitadas com um tratamento de apoio que garanta uma boa nutrição e a ingestão suficiente de líquidos. Além disso, antibióticos podem ser prescritos para tratar infecções nos olhos e ouvidos, bem como pneumonia.
Para as crianças diagnosticadas, recomenda-se receber o tratamento também com suplementos de vitamina A, pois mesmo crianças bem nutridas podem apresentar deficiência da vitamina após contrair a doença. Além disso, pode ajudar a prevenir danos oculares.
Lembre-se! Para receber o tratamento adequado, é essencial o acompanhamento médico.
Agora que você sabe um pouquinho mais sobre o sarampo e a complicações que ele pode trazer, é importantíssimo que você e seus entes queridos verifiquem se já foram vacinados ou se já tiveram um quadro da doença quando mais jovens. Caso não lembre se fez a imunização, não tem problema fazê-la novamente. Para continuar cuidando da saúde de quem você ama, aprenda também a identificar situações de urgência e emergência.
Conteúdo aprovado em parceria com a infectologista Dra. Gláucia Ferreira
Infectologista Pediátrica do Hospital Regional Unimed
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