Você sabe para que serve a pílula do dia seguinte? Com o auxílio de uma médica ginecologista, descubra como usar o contraceptivo de emergência para evitar a gravidez e confira as respostas para as dúvidas mais comuns sobre o assunto.
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência, ou seja, é utilizado para evitar uma possível gravidez em casos de: esquecimento do anticoncepcional (principalmente se tiver ocorrido mais de uma vez na mesma cartela), relação sexual sem preservativo ou falha do preservativo e violência sexual.
Mas a médica ginecologista Dra. Rayanne Pinheiro faz um alerta: chamar o medicamento de emergência de pílula do dia seguinte pode causar um entendimento incorreto de que a mulher só deve fazer uso da medicação no dia seguinte a relação sexual desprotegida.
Contudo, a medicação ainda pode fazer efeito após 72 horas da relação sexual desprotegida, apesar de ter uma menor efetividade após 24 horas.
A medicação atua de várias formas para evitar a gravidez. Caso a mulher ainda não tenha ovulado, ela age para atrasar a ovulação e deixar o muco cervical mais espesso (secreção líquida que banha as trompas e o útero), dificultando que o espermatozoide consiga alcançar o óvulo.
A pílula também deixa a camada interna do útero, o endométrio, pouco receptiva para a gestação, além de agir alterando a motilidade dos espermatozoides, ou seja, diminuindo a capacidade dos espermatozoides de se moverem até o óvulo.
É importante ressaltar que o anticoncepcional de emergência não é abortivo, ele age para impedir a formação de um embrião, mas caso já exista uma gestação, a medicação não é capaz de interromper.
Nas primeiras 24 horas, o índice de falha do contraceptivo de emergência é de 1%. O que significa que de 100 mulheres, de 1 a 3 podem engravidar tomando a pílula nas primeiras 24 horas. No entanto, se a medicação for ingerida após 24 horas, o risco de gravidez é de 2 a 3%.
A Dra. Rayanne explica que não existe um limite de vezes para usar o medicamento, mas é importante não utilizar a forma emergencial de contracepção com frequência.
“Na verdade, não existem estudos clínicos explicando quais seriam os danos para quem tomar o contraceptivo de emergência de forma consecutiva. Por isso, recomendamos evitar o uso frequente. Se for realmente necessário, pode-se tomar mais de uma vez, mas pode haver perda de eficácia”, alerta a ginecologista.
A melhor decisão é procurar um médico ginecologista e evitar a automedicação. O profissional é capaz de identificar, por meio do perfil de cada mulher, qual o método contraceptivo regular que mais se adequa, evitando o uso da pílula emergencial com frequência.
A eficácia é de 99% para cada relação sexual desprotegida e de uso imediato. Não é recomendado fazer do contraceptivo de emergência um anticoncepcional regular.
A Dra. Rayanne explica que o anticoncepcional é um medicamento de uso diário e deve ser tomado regularmente. Já a pílula do dia seguinte contém doses de hormônio mais altas que o contraceptivo regular e deve ser usada apenas nos casos de emergência.
Mulheres grávidas, ou em fase de amamentação, só devem tomar remédios com orientações médicas. Nesse momento, é importante evitar ao máximo qualquer tipo de medicamento para que ele não comprometa a saúde do bebê.
Entretanto, os anticoncepcionais específicos para as mulheres que estão amamentando possuem hormônios semelhantes aos encontrados na pílula de emergência. A ginecologista ainda ressalta que o risco de engravidar tomando os contraceptivos da lactação é mínimo.
O ideal é esperar o próximo ciclo menstrual para dar início ao uso do contraceptivo regular. Para quem já faz uso do anticoncepcional regular ou do Dispositivo Intrauterino (DIU), que é um contraceptivo de longa duração, não há necessidade de tomar a pílula emergencial.
Existem remédios que podem ter uma interação com o contraceptivo de emergência, mas isso não significa que eles irão diminuir a eficácia da pílula. Caso haja essa interação, o contraceptivo de emergência pode fazer com que o efeito do outro medicamento aumente ou diminua. Isso acontece, principalmente, com remédios de uso psiquiátricos e alguns tipos de antibiótico, que não são de uso corriqueiro.
Sim. Independente do período que a mulher está, o contraceptivo tem um mecanismo para impedir a gravidez.
Não é possível saber imediatamente se o contraceptivo de emergência foi eficaz. É necessário esperar o próximo ciclo menstrual ou, depois de 5 a 7 dias, realizar um exame de Beta HGC quantitativo para avaliar a possibilidade de gravidez.
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Não existe nenhuma correlação de infertilidade com o uso da pílula de emergência. Saiba quais são os fatores que causam infertilidade nesse post.
Não existe diferença de eficácia entre tomar uma única pílula ou tomar em duas doses. Mas, costumeiramente, é recomendado ingerir apenas a de uma dose, pois evita que a mulher esqueça a segunda dose do medicamento.
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Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Dra. Rayanne Pinheiro | Especialista em sexologia clínica e humana
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