A doença de Crohn é um processo intestinal inflamatório crônico que pode afetar todo o trato digestivo. Apesar de não ter cura, tem tratamento.
A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória crônica autoimune do intestino que também pode acometer outros órgãos do tubo digestivo. Ela é considerada uma doença grave por ter caráter crônico e recorrente, sendo um tipo de Doença Inflamatória Intestinal (DII).
Devido ao alto número de subnotificações e a demora do diagnóstico, que pode levar de 2 a 5 anos, é difícil especificar a quantidade de brasileiros que possuem a doença de Crohn, mas a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) estima que, no Brasil, esse número seja de 7 pessoas a cada 100 mil habitantes.
Para esclarecer quais são os sintomas mais comuns da doença de Crohn, como ocorre o seu diagnóstico e quais são as opções de tratamento disponíveis, convidamos a Dra. Alana Borges, médica gastroendoscopista da Unimed Fortaleza. Continue lendo!
A origem da doença pode ser multifatorial. Desde a interação de fatores genéticos, desregulação do sistema imunológico, mudanças na microbiota (flora) intestinal a dietéticos ou infecciosos que também estão envolvidos no desencadeamento da doença.
Você sabia? A doença tem esse nome em homenagem ao Médico Cirurgião que a descreveu pela primeira vez, em 1932, o Dr. Crohn.
Os sintomas são variados e podem durar dias ou semanas, podendo sumir mesmo sem tratamento. Entretanto, a recuperação completa e permanente depois de uma crise é bastante rara.
“É comum a doença de Crohn se manifestar em intervalos irregulares ao longo da vida. As crises podem variar de acordo com a intensidade e podem ser leves ou graves, breves ou mais longas. Geralmente, crises graves podem provocar dor intensa de forma constante, febre e desidratação”, alerta a Dra. Alana Borges.
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Se você está com algum dos sintomas citados acima, é importante procurar um médico gastroendoscopista ou coloproctologista. O profissional vai conseguir investigar e tratar a doença da melhor forma. A Dra. Alana explica que o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico final pode ser de 2 a 5 anos, e as manifestações clínicas da doença, em geral, aparecem na população de 15 a 30 anos.
O diagnóstico da doença de Crohn é realizado com base nos sintomas e envolve uma investigação detalhada do histórico clínico do paciente. Os exames mais comuns são:
Sim, em algumas situações a doença pode evoluir para um estado mais grave e pode trazer complicações como:
Infelizmente, a doença de Crohn não tem cura, mas tem tratamento eficaz. O tratamento da doença, quando feito de forma correta, controla os sintomas e induz aos períodos de remissão. O tratamento envolve uso de medicações imunossupressoras, imunobiológicas, corticóides, antibióticos e cirurgias, quando indicado pelo médico especialista.
“A glutamina pode auxiliar no tratamento por ser uma substância alimentar considerada como combustível dos enterócitos, que são as células componentes do intestino. Ela também ajuda a manter a integridade das células e combater a inflamação. Todavia, ainda há carência de bons estudos clínicos randomizados e controlados sobre o seu papel na indução de remissão”, alerta a Dra. Alana.
Como tudo que envolve a nossa saúde, é preciso manter uma rotina saudável de alimentação e exercício físico. A Dra. Alana alerta que o tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.
“O tabagismo é um dos grandes fatores de risco para o aparecimento da doença, oferecendo o dobro de risco se comparado à população não fumante. Ao parar de fumar, a pessoa diminui as chances de adquirir a doença”, reforça a médica.
Outro ponto importante é manter uma alimentação rica em fibras, manter bons níveis de vitamina D no organismo, evitar situações de estresse e ter acompanhamento frequente com psicólogo para tratar da ansiedade e depressão. Aprenda a cuidar da sua saúde mental em nosso e-book exclusivo!
“A alimentação rica em fibras tem sido associada à redução da incidência da doença, como demonstrado em estudos recentes. Assim como a Vitamina D tem sido bem estudada pelo seu potencial efeito imunogênico. Há alguns estudos que mostram uma elevada incidência de Crohn em países com baixa exposição solar e, consequentemente, baixos níveis da vitamina”, explica a Dra. Alana.
Não existe uma dieta cientificamente comprovada para a doença de Crohn, entretanto, é possível identificar os alimentos que podem desencadear os seus sintomas, especialmente durante períodos de crise, no dia a dia. Os alimentos que mais causam desconforto intestinal durante as crises e que devem ser evitados são:
Mas atenção! A Dra. Alana alerta que, fora das crises, o consumo de fibras é saudável e tende a evitar crises, mas durante esse processo pode agravar os sintomas.
Caso você tenha má absorção dos nutrientes, é importante seguir uma dieta hipercalórica e hiperproteica, além da reposição dos nutrientes. Por isso, procure auxílio de um nutricionista. Em pacientes com estenoses (cicatrização desregulada), uma dieta pobre em resíduos e em fibras pode auxiliar no controle das dores abdominais, cólicas e diarreia.
Uma boa dica para auxiliar pacientes com a doença de Crohn é criar um diário alimentar. No diário, escreva quais alimentos consumiu durante o dia e como o seu corpo reagiu a cada um deles. Ao final do mês, compartilhe as informações do diário alimentar com seu médico e nutricionista.
Sim. A principal diferença entre as duas é o acometimento de outros órgãos, que pode ocorrer na doença de Crohn. A colite ulcerativa ou retocolite, apesar de também ser uma doença inflamatória crônica, é restrita ao intestino grosso e tem tratamento diferente.
O comportamento estenosante é resultante do processo inflamatório crônico e, consequentemente, fibrose – cicatrização desregulada – que pode levar a estenoses e estreitamentos, com redução do diâmetro do órgão, podendo até causar obstrução intestinal. Normalmente, é um comportamento agressivo da doença.
A doença de Crohn pode causar complicações na gestação, por isso, é importante que ao decidir engravidar você esteja em remissão da doença há 3 meses e continue o tratamento durante todo o período gestacional. O tratamento durante a gestação tem como objetivo manter a paciente em remissão e diminuir os riscos de toxicidade ao feto.
“A maioria das drogas utilizadas no tratamento da doença podem ser utilizadas na gestação, incluindo grande parte dos imunossupressores, os corticoides, antibióticos e alguns imuno-biológicos (Anti-TNF)”, explica a Dra. Alana Borges.
Como a Dra. Alana Borges explicou, manter uma rotina saudável é um passo muito importante para a prevenção da doença de Crohn, mas não só para ela! Repensar seus hábitos pode prolongar sua saúde e reduzir os riscos de doenças em geral.
Pensando nisso, pergunte a si mesmo: Estou cuidando da minha saúde? Se a resposta for negativa, procure recomeçar e adotar novos hábitos.
Em nosso canal no Youtube, temos uma playlist de vídeos com diversas opções de exercícios para você começar a se movimentar. Topa o desafio? Mas, lembre-se, antes de mudar totalmente sua rotina, procure um médico para realizar seu checkup.
*Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica gastroendoscopista da Unimed Fortaleza, Dra. Alana Costa Borges (CRM 11.120).
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