Em um cenário de organizações ávidas pelo título de melhores empresas para se trabalhar, e no qual a manutenção de talentos parece mais desafiadora, o Plano de Cargos e Salários pode indicar um caminho para a satisfação do colaborador.
A forma como as organizações remuneram seus colaboradores pelo trabalho realizado constitui um fator de manutenção desses profissionais. Além de benefícios extras – como plano de saúde, incentivo educacional, parcerias com academias de ginástica e previdência privada, por exemplo -, as pessoas esperam um salário justo e compatível com as atribuições e responsabilidades que assumem nas organizações.
Como empresa, uma alternativa para atender essa expectativa é investir em um Plano de Cargos e Salários (PCS) ou, em roupagem mais evoluída, um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). O modelo determina, de forma organizada, as trilhas de encarreiramento e as possibilidades salariais, bem como os desafios de todas as posições da companhia.
Há, entretanto, um questionamento a vagar nos ambientes corporativos, principalmente entre os empresários: tal modelo configura investimento ou despesa adicional? Caso essa também seja sua dúvida, veja 4 direcionamentos que podem ajudar na decisão do seu RH.
Você já pode ter ouvido em sua empresa afirmações do tipo “ganho tão pouco pelo que faço”, “meu amigo possui salário melhor onde trabalha”, “aqui é muito bom para se trabalhar, mas o salário…”. A verdade é que o tema percorre os corredores das companhias e pode comprometer a confiança e a motivação das equipes.
Nesse contexto, uma vantagem inicial do Plano de Cargos e Salários é justamente evitar ruídos. Se as regras ficam claras desde o processo seletivo, não há espaço para reclamações e desgastes, pelo menos em tese. Outro ganho consiste em remunerar melhor quem performa melhor, promovendo o senso de justiça com a meritocracia.
Remunerar as pessoas adequadamente influencia, ainda, em alguns indicadores importantes para os RHs. Rotatividade, clima laboral, engajamento, produtividade e absenteísmo são os principais. Implantar um PCS ou PCCR manteria, certamente, esses índices sob métricas positivas.
A falta de transparência e clareza nos ambientes de trabalho dão margem a uma série de insatisfações. E quando o não dito passa a pesar no bolso dos empregados, a questão se complica, por esse motivo, é essencial uma política que norteie, também, os proventos dos colaboradores.
Imaginemos que um profissional exerce a mesma função que o colega, e, em uma conversa de corredor, descobre que o par na equipe ganha mais que ele. Um “como assim?” ecoaria ligeiramente em sua mente e, no combo, um senso de desvalorização e injustiça.
Digamos que o “privilegiado” recebeu um bônus salarial porque obteve melhor resultado na última avaliação de desempenho, por exemplo. Parece até justo, não? Contudo, se não é regra para todos, a desmotivação de quem teve menos prestígio seria quase inevitável. Com um PCS formal, não haveria problema nessa conduta.
Muitos RHs tentam fazer um “piloto” do Plano de Cargos e Salários por si mesmos. Outros contratam uma consultoria especializada logo que percebem a necessidade do modelo, o que traz mais segurança e isenção para o processo. Quando o serviço é externo, os colaboradores tendem a confiar mais.
Inclusive, existem várias empresas especializadas no mercado. O serviço geralmente contempla descrição de cargos, pesquisa salarial e desenvolvimento das políticas de remuneração. As etapas podem variar de acordo com o tamanho da empresa e a robustez do modelo escolhido.
Um risco de implantar de forma autônoma o PCS é não medir adequadamente o impacto da implementação na folha de pagamento no médio longo prazo. Isso porque a estruturação adequada do plano exige muitos cálculos e previsões estatísticas.
Para deixar mais clara a ideia de valor do PCS para a organização e, sobretudo, para as pessoas, considere as seguintes perguntas:
Se você respondeu “sim” para a maioria das questões acima, considerando que as palavras em destaque são pilares para o crescimento das empresas, o Plano de Cargos e Salários soa como investimento. Na contramão, “em risco” estaria a sustentabilidade financeira da empresa e o crescimento das despesas de pessoal.
Por outro lado, ao considerar que o plano formal geraria maior senso de justiça e motivação, fazendo com que as pessoas – satisfeitas com as políticas de remuneração – produzam mais e lutem pelo crescimento com a organização, a ponto do investimento se pagar e ainda render lucros, a vantagem seria concreta. Tudo é possibilidade.
Portanto, a depender da necessidade e com a premissa de que custo e valor podem ter significados relativos a depender do segmento, estilo e necessidades de cada organização, cabe a reflexão sobre a implementação deste processo em sua empresa.
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Conteúdo aprovado em parceria com o administrador Victor Almeida
Possui mais de 13 anos de experiência na área de Recursos Humanos e atualmente trabalha na área de Remuneração da Unimed Fortaleza