Não ignore os avisos que seu corpo envia quando precisa de mais líquido. Saiba mais sobre como manter seu corpo hidratado e aprenda a reconhecer os sinais de desidratação.
A água é fonte de vida e saúde. Ela representa cerca de 70% do peso total do corpo de um indivíduo. Naturalmente, expelimos o líquido ao longo do dia através da urina, fezes, suor e até pela respiração, ou seja, eliminamos, por dia, entre 2 e 2,5 litros de água. Quando seu corpo sofre com mais de 5% dessa perda, você começa a sentir os sintomas e sinais de desidratação.
Os sinais de desidratação surgem quando o corpo usa ou perde mais líquido que o ingerido, nesse caso o organismo tem dificuldade de desempenhar suas funções normais. Em casos mais severos, pode ocorrer perda de consciência, coma e resultar até em morte.
A desidratação ocorre quando há deficiência de água no corpo e baixa concentração de sais minerais e eletrólitos.
A causa mais comum é a pouca ingestão de líquido, porém ocorre um agravamento do quadro clínico quando esse problema está associado a outros fatores como:
Não se engane, um corpo desidratado pode sofrer sérias consequências. Quando o quadro do paciente apresenta diarreia aguda, a situação é ainda mais séria, por isso estar desidratado é tão perigoso.
Os sintomas mais comuns da desidratação são sede e boca seca. Isso pode ocorrer porque o nosso corpo precisa repor os nutrientes perdidos. Porém, apenas a sede não é parâmetro para medir a necessidade de água no corpo. A sede exagerada, associada a outros sintomas como baixa diurese ou urina escura, pode ser um forte fator indicativo. Confira abaixo os 11 principais sintomas da desidratação e fique atento:
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Você sabia? Até a prática de exercícios físicos excessiva, quando não é acompanhada da ingestão de líquido adequada durante essa prática, pode causar desidratação.
A desidratação pode ser isotônica, hipertônica e hipotônica. Conheça o que caracteriza cada uma:
Esse tipo é decorrente da perda de volume sanguíneo após, por exemplo, um quadro de vômito e diarreia. É causado principalmente pela perda de água e sais minerais na mesma proporção. É mais facilmente apresentado em crianças pequenas.
É caracterizado pela perda de água e aumento de sódio no sangue e geralmente está associado a outros problemas de saúde. É mais comum em crianças com diarreia e em diabéticos.
Está relacionado à perda de sal e consequente diminuição de sódio no sangue. É consequência principalmente de transpiração exagerada ou em crianças com diarreia.
Todos os tipos de desidratação, dependendo da quantidade de sinais e sintomas que a pessoa apresenta, podem ser classificados como desidratação leve, moderada ou grave. Quanto maior o número de sinais de desidratação e sintomas, mais grave é o quadro.
Sim, quando a pessoa diabética não segue o tratamento. Quem tem diabetes está exposto a um risco muito maior de desidratação. O alto nível de açúcar no sangue provoca aumento da produção de urina e, consequente, aumento da diurese, também chamado de poliúria.
Pessoas diabéticas também correm mais risco quando fazem uso de medicamentos diuréticos, que geram aumento de excreção de urina.
A atitude mais importante para evitar a desidratação nos diabéticos é a adesão ao tratamento. Para evitar a descompensação clínica e a desidratação o diabético deve ingerir bastante liquido, tomar todos os medicamentos prescritos pelo médico, manter uma dieta sem açúcar e com restrição de carboidratos simples, além de praticar exercícios físicos regularmente.
A desidratação é comum nas crianças. Como elas geralmente não verbalizam o que sentem, os pais devem ficam atentos a todos os sinais de desidratação e sintomas.
O afundamento de moleira é um sintoma muito comum em bebês desidratados A melhor forma de tratamento é, inicialmente, o aumento do consumo de água.
Oferecer líquidos em abundância e o soro de reidratação oral é a principal medida a ser adotada, mas ambientes frescos e com pouca exposição ao sol contribuem para a melhora. O restante do tratamento será avaliado pelo médico, que pode indicar medicação via oral ou de forma intravenosa.
As crianças têm 75% do seu peso formado por água, em média, o que significa que quanto maior a quantidade de gordura, menor a quantidade de água. Nesse caso, qualquer perda de água é preocupante, por isso é importante estar atento.
Crianças e idosos são mais susceptíveis a desenvolver um quadro de desidratação, principalmente pela fragilidade do quadro nutricional e imunológico. Idosos, por exemplo, se desidratam com muito mais facilidade.
É importante que você saiba que nem sempre a desidratação está ligada apenas à pouca ingestão de líquidos. Entre outras causas, temos a ingestão de medicamentos diuréticos e, consequentemente, a eliminação de maior quantidade de urina. Nesses dois grupos de risco, o monitoramento para garantir a ingestão adequada dos líquidos é indispensável.
DIFERENÇA DA DESIDRATAÇÃO EM: |
|
CRIANÇAS |
IDOSOS |
Perdem líquido facilmente devido à baixa massa corpórea. | Sentem mais calor e mais frio devido à fina espessura da pele, consequentemente perdem mais líquido. |
Até 6 meses de vida, o aleitamento materno exclusivo é a melhor fonte de hidratação. | Alimentos ricos em líquidos como sopas, picolés e gelatinas são as melhores opções. |
Normalmente apresentam diarreia. | Normalmente perdem mais líquido devido à maior ingestão de medicamentos diuréticos. |
É possível reverter o quadro, porém é necessário consultar um profissional da saúde especialista na área como um endocrinologista, ou mesmo um clínico geral e, no caso das crianças, um pediatra. O médico dará orientações adequadas e fará as análises clínicas necessárias ou identificará os fatores que podem estar dificultando uma possível melhora.
Inicialmente, essa análise é realizada através do exame de urina que detecta a cor e a clareza da urina, glicose, excesso de proteína e quantidade de sais como sódio e potássio.
Você também pode fazer sua parte em casa: observe sempre a cor do líquido ao urinar, quanto mais escuro maior é a probabilidade de desidratação e a necessidade de aumentar a ingestão de líquidos.
O melhor remédio é sempre a prevenção, então para não entrar nesse quadro, algumas dicas são muito importantes:
Beba água: parece óbvio, porém muitas vezes esquecemos de realizar esse simples exercício e ignoramos os sinais de desidratação mais básicos. A melhor dica é beber água mesmo estando sem sede. Priorize sempre água filtrada em vez de outros líquidos como refrigerante, por exemplo.
Use roupas leves em clima quente: uma das formas que mais eliminamos líquido é através do suor, então evite superaquecer seu corpo.
Evite exposição solar desnecessária: especialmente nos horários mais quentes do dia. Prefira sempre ambientes arejados e com temperaturas amenas.
A melhora do humor, da memória e da concentração são também benefícios da ingestão suficiente de água no corpo. Consuma água também durante os exercícios físicos. Não esqueça, a recomendação do Ministério da Saúde é de, no mínimo, 2 litros por dia.
Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica Dra. Inês Claudia Rodrigues Costa
Médica especialista em geriatria pela PUC-RS | Coordenadora Técnica da Medicina Preventiva da Unimed Fortaleza
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