A prevenção da sífilis tem se mostrado um dos maiores desafios para a saúde pública global. E nesse texto você vai entender tudo sobre essa doença e como preveni-la da melhor maneira.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022, cerca de 7 milhões de novos casos de sífilis foram registrados no mundo, ressaltando a gravidade dessa infecção sexualmente transmissível (IST).
Quando não tratada, a sífilis pode levar a complicações graves, como cegueira, problemas cardíacos e neurológicos, além de afetar diretamente o feto durante a gestação, causando a sífilis congênita.
A doença é particularmente preocupante em países em desenvolvimento, onde o acesso a serviços de saúde e diagnósticos precoces pode ser limitado.
Nesse artigo, você vai entender mais do contexto da sífilis no Brasil, todas as suas complicações, sequelas e como fazer a prevenção ideal para essa doença com o auxílio da médica infectologista da Unimed Fortaleza, Dra. Roberta Santos Silva (CRM 4935 CE – RQE 2063). Vem com a gente?
No Brasil, a sífilis tem apresentado um crescimento alarmante nos últimos anos. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis publicado pelo Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados mais de 150 mil casos de sífilis adquirida e 22 mil casos de sífilis congênita, uma das maiores preocupações da saúde pública.
Esses números refletem um aumento contínuo da infecção, que atinge principalmente a população sexualmente ativa e gestantes.
Em termos de mortalidade infantil, a sífilis congênita foi responsável por mais de 200 óbitos no país no mesmo ano, reforçando a urgência de intervenções preventivas e diagnósticos precoces.
Pesquisas recentes indicam que, embora a sífilis seja uma doença evitável e tratável, sua disseminação continua devido à falta de informações sobre prevenção e diagnóstico.
Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a falta de conhecimento sobre o uso correto de preservativos e a subestimação dos sintomas da doença são fatores que contribuem para a propagação.
Outro fator crítico é a falta de adesão ao tratamento pelos parceiros sexuais, que acaba gerando novas infecções. O mesmo estudo revelou que o tratamento adequado com penicilina pode curar a sífilis em suas fases iniciais, prevenindo sua progressão e transmissão.
Portanto, a prevenção da sífilis não depende apenas de medidas individuais, mas também de políticas públicas eficazes, campanhas educativas e da acessibilidade aos serviços de saúde, especialmente em áreas vulneráveis.
Dada a gravidade da doença e seu impacto, principalmente na gestação, é fundamental que a população esteja informada e que a sífilis seja diagnosticada e tratada precocemente.
A sífilis é uma infecção bacteriana causada pela Treponema pallidum, transmitida principalmente através de relações sexuais sem proteção, seja vaginal, anal ou oral.
Ela é conhecida por ser uma doença de progressão silenciosa, com sintomas que surgem e desaparecem em suas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando não tratada, a sífilis pode progredir para fases mais avançadas, levando a complicações graves.
A sífilis congênita ocorre quando a infecção é transmitida da mãe para o feto durante a gravidez ou o parto.
A infecção pode causar malformações graves, problemas neurológicos e até a morte do bebê. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado durante a gestação são essenciais para prevenir essa forma grave da doença.
Os sintomas da sífilis são variados e mudam conforme o estágio da doença. Na fase primária, surge uma pequena ferida indolor no local de contato com a bactéria, que pode passar despercebida.
Na fase secundária, podem aparecer erupções cutâneas, febre, cansaço e outros sintomas inespecíficos. Se não for tratada, a sífilis entra em sua fase latente, sem sintomas, podendo evoluir para a fase terciária, que afeta gravemente o coração, os ossos e o sistema nervoso.
A ferida característica da sífilis, conhecida como cancro duro, surge nos órgãos genitais, reto ou boca e é indolor. Esse aspecto é o que muitas vezes a faz passar despercebida pelos pacientes, atrasando o diagnóstico.
A ferida desaparece espontaneamente após algumas semanas, mesmo sem tratamento, mas a infecção continua ativa no organismo.
Diferenciar a sífilis de outras condições que causam lesões na pele, como a acne ou a herpes, pode ser complicado para a população em geral. No entanto, algumas características ajudam a distinguir essas doenças.
A ferida da sífilis é única e indolor, enquanto a acne é marcada por pus, e a herpes se apresenta com bolhas dolorosas.
Veja mais no Youtube: Tudo o que você precisa saber sobre a Herpes Genital
A principal forma de transmissão da sífilis é através de relações sexuais desprotegidas, mas também pode ocorrer pelo contato direto com feridas abertas, como as causadas pela infecção.
Além disso, a sífilis pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, resultando na sífilis congênita, uma das formas mais graves da doença.
A transmissão vertical, ou seja, de mãe para bebê, ocorre, principalmente, quando a gestante não realiza o pré-natal ou não recebe o tratamento adequado durante a gestação.
A sífilis congênita pode ser evitada com o diagnóstico precoce e o tratamento com penicilina benzatina, um método seguro e eficaz.
Quando não tratada, a sífilis congênita pode causar complicações sérias no recém-nascido, como deformidades ósseas, problemas cardíacos, surdez, cegueira e retardo mental.
Em casos mais graves, a infecção pode levar à morte do bebê. Por isso, a prevenção da sífilis durante a gravidez é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê.
O pré-natal é um momento crucial para garantir a saúde da mãe e do bebê. Durante o acompanhamento pré-natal, são realizados exames de rotina para identificar possíveis infecções, incluindo a sífilis.
Se a doença for detectada, o tratamento com penicilina é eficaz e previne a sífilis congênita. O tratamento do parceiro da gestante também é importante para evitar a reinfecção.
Leia também: Quando começar os exames de pré-natal
Não é segredo, a prevenção da sífilis é simples e eficaz quando medidas básicas de proteção sexual são adotadas. E desde sempre, a melhor maneira de se defender contra a doença é se proteger.
Anote a dica: o uso correto de preservativos em todas as relações sexuais é a maneira mais eficiente de evitar a infecção.
Além disso, a realização de exames regulares, principalmente para pessoas com vida sexual ativa, é crucial para o diagnóstico precoce.
Além do uso de preservativos, a testagem periódica para ISTs, como a sífilis, é uma estratégia essencial, especialmente para aqueles que têm múltiplos parceiros sexuais.
A prevenção da sífilis também envolve o tratamento adequado das gestantes, com exames de triagem no início e ao longo da gravidez, para evitar a transmissão congênita.
Confira as principais formas de prevenir a sífilis além da proteção por preservativos:
A prevenção da sífilis é o caminho mais eficaz para evitar as graves complicações dessa infecção. O uso de preservativos, a realização de exames periódicos e o tratamento precoce são ações simples que protegem tanto o indivíduo quanto sua rede de contatos.
No caso das gestantes, o pré-natal é essencial para evitar a transmissão congênita e garantir um futuro saudável para o bebê.
Manter uma rotina de check-ups anuais é uma excelente maneira de monitorar a saúde e detectar precocemente qualquer problema, incluindo infecções sexualmente transmissíveis como a sífilis. Lembre-se: a informação é a melhor ferramenta de prevenção.
*Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica infectologista da Unimed Fortaleza Dra. Roberta Santos Silva (CRM 4935 CE).
Seu download começará em instantes...