Alimentação Saudável 19 de Setembro de 2024

Os impactos negativos da obesidade infantil na saúde mental


A obesidade infantil é um problema crescente que afeta a saúde e o bem-estar das crianças e adolescentes. Neste artigo, vamos explorar como a obesidade infantil pode impactar não apenas o físico, mas também a saúde mental das crianças. Continue lendo para descobrir estratégias importantes para enfrentar esse desafio.

Criança comendo fast food

A obesidade infantil tem se tornado uma preocupação significativa no Brasil e ao redor do mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes brasileiros tem aumentado nas últimas décadas.

Estudos recentes, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que aproximadamente 15% das crianças entre 5 e 9 anos estão classificadas como obesas, um número alarmante que reflete um problema de saúde pública emergente.

No cenário atual, a obesidade infantil não é apenas uma questão de estética, mas de saúde, uma vez que a obesidade na infância está associada a um aumento significativo no risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão.

Além disso, a complexidade do problema vai além dos aspectos físicos, afetando diretamente o bem-estar emocional das crianças e adolescentes.

A seguir, explicaremos como a obesidade infantil pode impactar a saúde mental das crianças e discutiremos estratégias para prevenir e tratar essa condição. Vamos lá?

A obesidade infantil e a saúde mental

A obesidade infantil vai além das implicações físicas e pode ter um impacto profundo na saúde mental das crianças.

O peso extra e o estigma associado ao sobrepeso podem levar a uma série de dificuldades emocionais e comportamentais que afetam a qualidade de vida delas.

O impacto psicológico da obesidade infantil é uma preocupação crescente entre profissionais de saúde, que destacam a necessidade de uma abordagem integrada para tratar tanto os aspectos físicos quanto os emocionais dessa condição.

Confira o que relata a psicóloga da Unimed Fortaleza Jôse Anne Zafalan Carrijo (CRP 11/06404):

“Um dos maiores desafios da prática médica no tratamento efetivo da obesidade infantil é  a combinação, mesmo que parcial, de abordagens nutricionais, físicas e psicológicas. Apenas com esse olhar multidisciplinar que tenha a reeducação alimentar, mudança comportamental e envolvimento familiar como base do processo, teremos sucesso.”

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Como a obesidade infantil pode afetar a saúde mental na infância e na adolescência

Estudos indicam que crianças com excesso de peso são mais propensas a desenvolver comprometimento na autoestima e transtornos do comportamento alimentar na adolescência e no início da vida adulta.

Toda a pressão social nos círculos de convívio da criança pode levá-la a sentimentos de inadequação. Neste sentido torna-se foco primordial trabalhar os aspectos emocionais e psicológicos da criança.

De acordo com a psicóloga, é fundamental que a criança receba todo tratamento necessário para romper com a condição de sobrepeso, de maneira que sua saúde emocional se mantenha preservada e não impacte negativamente em sua saúde mental.

“O sistema de crenças de crianças acima do peso mantém sentimentos e comportamentos inadequados, desencadeados por pensamentos disfuncionais sobre seu peso, alimentação e valor pessoal, o que impacta negativamente na relação do eu-mundo da criança. Neste sentido é fundamental o olhar e avaliação das emoções  para um tratamento eficaz”, é o que orienta Jôse Anne.

A obesidade infantil também está frequentemente ligada a dificuldades de socialização e problemas de comportamento.

Crianças que lutam contra o sobrepeso podem se sentir excluídas ou sofrer bullying, o que contribui para uma menor qualidade de vida e aumenta o risco de transtornos mentais.

Os principais desafios para combater o sobrepeso na infância

Combater a obesidade infantil envolve enfrentar desafios multifacetados. A falta de informação adequada sobre nutrição e hábitos saudáveis, a influência da publicidade de alimentos e a resistência a mudanças de estilo de vida são barreiras comuns.

Na tentativa de superar esses desafios, os pais e responsáveis devem dar todo suporte necessário para os filhos. Esse suporte pode vir na escolha de alimentos saudáveis sem ser como forma de punição ou no incentivo a prática de exercícios físicos, servindo de exemplo prático e de inspiração para a criança.

O tema é tão relevante e importante que, hoje, temos campanhas de conscientização como o Setembro Laranja, desempenhando um papel vital na luta contra a obesidade infantil.

Quais são os perigos da obesidade infantil?

Os perigos da obesidade infantil são numerosos e graves. Temos riscos físicos, como:

  • Doenças cardíacas;
  • Doenças metabólicas.

Além disso, a obesidade pode comprometer o desenvolvimento emocional e social da criança. Isso pode torná-la psicologicamente vulnerável.

E para evitar situações de alta gravidade, a prevenção e o tratamento precoce são essenciais, pois podem ajudar a prevenir complicações a longo prazo e melhorar a qualidade de vida.

Por que a obesidade que surge na infância é mais perigosa?

A obesidade infantil é preditiva de obesidade na vida adulta, por isso é importante diagnosticá-la e tratá-la o mais precocemente possível.

Por isso, é tão importante que a criança tenha sempre o acompanhamento pediátrico, para identificar situações de risco à saúde e ajudar o quanto antes no tratamento.

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As consequências da obesidade infantil na vida adulta

A obesidade infantil não afeta apenas o presente, mas também tem implicações duradouras que podem persistir até a vida adulta.

Crianças que enfrentam o sobrepeso e a obesidade têm um risco aumentado de desenvolver várias condições de saúde ao longo de suas vidas.

Abaixo estão algumas das principais consequências da obesidade infantil na vida adulta:

1. Doenças Cardiovasculares

A obesidade infantil está fortemente associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares na vida adulta. O acúmulo de gordura corporal pode levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial e aterosclerose.

2. Diabetes Tipo 2

A resistência à insulina, frequentemente associada à obesidade, pode se manifestar na forma de diabetes tipo 2. Crianças obesas têm uma probabilidade significativamente maior de desenvolver essa condição, que pode levar a complicações graves como doenças renais e neuropatia.

3. Doenças Metabólicas

Além do diabetes, a obesidade pode desencadear outras doenças metabólicas, como a síndrome de resistência à insulina. Essa síndrome é um conjunto de alterações hormonais e metabólicas que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e derrames.

4. Problemas Articulares e Osteoartrite

O excesso de peso coloca uma pressão adicional nas articulações, particularmente nas pernas e nos quadris. Com o tempo, isso pode levar a problemas articulares e aumentar o risco de osteoartrite, uma condição dolorosa que afeta a mobilidade e a qualidade de vida.

5. Problemas Psicológicos e Psiquiátricos

Os efeitos psicológicos da obesidade infantil podem persistir até a vida adulta. Adultos que foram obesos na infância podem enfrentar problemas como depressão, ansiedade e baixa autoestima.

Medidas preventivas e gerenciamento da obesidade infantil

Para reduzir os danos da obesidade infantil na vida adulta, é essencial implementar estratégias eficazes de prevenção e manejo desde cedo.

Isso inclui a promoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática regular de exercícios físicos e o acompanhamento pediátrico contínuo. A intervenção precoce e o apoio familiar desempenham um papel crucial na redução dos riscos associados à obesidade infantil.

E para ajudar os papais e mamães, preparamos um Guia da Alimentação Saudável Infantil, onde será possível encontrar dicas essenciais para gerenciar a alimentação das crianças e começar essa mudança de vida.

*Conteúdo desenvolvido em parceria com a psicóloga da Unimed Fortaleza Jôse Anne Zafalan Carrijo (CRP 11/06404).

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