O coração acelera quando você pensa nas atividades do dia seguinte, seja no trabalho ou até mesmo em casa? Tem dificuldades de ter uma boa noite de sono e é tomado por uma preocupação excessiva? E as tensões musculares, passaram a ser comum no seu dia a dia?
Diante dos exemplos apresentados, já parou pra pensar que você pode sofrer de transtorno de ansiedade?
No mundo, o transtorno, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), já alcançou 246 milhões de pessoas, uma média de 3,6% da população. Desse número, o Brasil contempla 18 milhões de brasileiros com a doença, equivalente a média de 9,3% da população no país, superior a média mundial, ainda de acordo com a OMS.
Segundo a psicóloga Natália Jamille de Oliveira, “a sensação de violência e a insegurança econômica são fatores que contribuem para que hoje o Brasil seja o país com maior incidência de transtorno de ansiedade das Américas, conforme dados da OMS”. Jamille Oliveira destacou os vários tipos de transtornos de ansiedade existentes. São eles:
A psicóloga aprofundou ainda mais as informações sobre o assunto durante entrevista para a produção desse conteúdo que contou também com a participação do profissional de educação física, Abel Rodrigues. Confira!
Unimed Fortaleza – O que é o transtorno de ansiedade?
Psicóloga Jamille de Oliveira – A ansiedade faz parte da condição humana, desta forma ela prepara o indivíduo para uma situação desconhecida e por vezes ameaçadora. Quando os sintomas a esta preparação são vividos de forma desproporcional ao estímulo gerador de ansiedade pode levar a transtornos ansiosos, que são transtornos psicológicos decorrentes da ansiedade e do medo excessivo.
UF – Como se desenvolve esse transtorno?
JO – Muitas vezes os transtornos ansiosos começam na infância e quando não tratados, podem persistir até a vida adulta. O estilo de vida agitado, características da personalidade, preocupações excessivas com o futuro são alguns fatores que colaboram para o desenvolvimento de transtornos ansiosos.
UF – Quais os sintomas que ajudam a identificar a doença?
JO – De modo geral, os sintomas de ansiedade patológica são pensamento acelerado, preocupações excessivas com o futuro, taquicardia, irritabilidade, sudorese, insônia, dificuldade de concentração, angústia e outros. Em casos mais intensos pode surgir medo de morrer e dificuldade de sair de casa. Cada transtorno ansioso apresenta características específicas o que necessita de diagnóstico adequado realizado por psiquiatra e/ou psicólogo.
UF – Qual o tratamento para o transtorno de ansiedade?
JO – O tratamento para a ansiedade pode ser medicamentoso e psicoterápico, com a inclusão de técnicas de respiração e relaxamento e também meditação (mindfulness), dentre outros. As formas de tratamento da ansiedade podem ser utilizadas isoladamente, porém os benefícios são maiores quando utilizadas em associação.
UF – Existem atividades simples que possam auxiliar nesse tratamento, a exemplo de exercícios físicos?
Educador físico Abel Rodrigues ? Sim, a aquisição de um estilo de vida saudável bem como a melhora da alimentação e a inclusão de atividade física atuam como tratamento coadjuvante para a ansiedade e também de forma preventiva. Os exercícios físicos auxiliam na redução da ansiedade proporcionando relaxamento e bem estar, desta forma a escolha da atividade a ser praticada deve ser aquela que proporcione satisfação durante a realização. Planejar tempo para si mesmo com atividades que promovam distração e relaxamento também auxilia no tratamento.
UF – O tipo de alimentação que a pessoa tem pode interferir no desenvolvimento do transtorno de ansiedade?
JO – No desenvolvimento não, porém a má alimentação pode contribuir para o agravo dos sintomas, como a irritabilidade. Uma alimentação balanceada e equilibrada com a inclusão de alimentos serotogênicos como aveia, aspargos, oleaginosas, brócolis e espinafre e alimentos proteicos como ovos, carne e leite auxiliam na redução dos sintomas ansiosos.
UF – Quais são as causas mais comuns que ajudam a desenvolver esse transtorno?
JO – Os transtornos de ansiedade podem apresentar causa multifatorial, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e ambientais. Sendo os fatores mais comuns o uso de substâncias como o excesso de álcool, tabaco e outras drogas; presença de histórico familiar de transtorno de ansiedade; características da personalidade como a tendência a encarar as situações da vida de forma negativa; presença de outras doenças físicas como as cardiovasculares e respiratórias crônicas; presença de outros transtornos psicológicos.