Zika e microcefalia: gestantes, fiquem atentas!
Você sabia que o zika vírus é da mesma família dos transmissores da dengue e da febre chikunguya? A diferença entre os três, do ponto de vista clínico, é que o chikunguya é descrita com mais dor articular, que pode, inclusive, permanecer por semanas ou meses. Porém, a zika pode acarretar outro problema, a microcefalia. Entenda abaixo a relação destas doenças.
Sintomas
Cerca de 80% dos casos de zika são assintomáticos ou oligossintomáticos, ou seja a pessoa não chega a ficar doente ou tem sintomas muito leves. Porém, aquelas pessoas que adoecem podem apresentar dor no corpo, manchas na pele e conjuntivite, além de febre, dor nas articulações, edema de extremidades, prurido causando sensação de incômodo na pele por coceira, dor de cabeça, dor ao redor dos olhos e manifestações digestivas. Embora ainda esteja em estudo, foi detectado que o vírus pode ficar na urina por até 10 dias.
Diagnóstico
O diagnóstico em geral é feito baseado no quadro clínico. Nos primeiros cinco dias da doença é possível solicitar a identificação do vírus por cultura ou por busca do RNA viral, responsável pelas proteínas das células. Depois da primeira semana, anticorpos formados para combater o agente agressor podem ser detectados no sangue. No entanto, esses exames ainda estão disponíveis com limitações. Em termos de saúde pública estão sendo priorizados os casos de gestantes com suspeita da doença e os exames são enviados para Belém. Caso a pessoa queira saber se foi contaminada anteriormente, é possível encontrar a cicatriz sorológica de infecção anterior, através de exames. Porém estes exames ainda não estão disponíveis para a utilização em larga escala na saúde pública.
Tratamento
O tratamento é sintomático. São prescritos analgésicos e antitérmicos, dando preferência a dipirona e paracetamol, hidratação e repouso para os mais sintomáticos. Não há tratamento específico. O tratamento é o mesmo para crianças, adultos e idosos. Até o momento, não existe vacina contra este vírus.
Prevenção
Evitar que sua casa e a vizinhança tenham criadouros do mosquito é essencial. Nesse período, com o início das chuvas, é importante limpar calhas que estejam obstruídas, tirar o entulho das áreas descobertas e fechar ocos de árvores. O uso de calças compridas e blusas de mangas compridas também podem servir de barreira para as picadas de mosquitos. O uso de repelentes vai ajudar a reduzir as picadas por mosquitos, porém este deve sempre ser usado por cima da roupa e se há áreas expostas, usar depois do hidratante, protetor solar ou outro produto que venha a ser utilizado, evitando a área dos olhos e nariz. Embora de hábitos diurnos, se não conseguir se alimentar durante o dia o mosquito pode fazê-lo à noite. Durante a noite, o mosquito pode picar por cima do lençol e o atrito do lençol com a pele tira o repelente. Sempre que possível, manter as janelas fechadas, a temperatura baixa com ar condicionado e usar inseticida. Quem não tem ar condicionado e precisa ficar com a janela aberta deve usar mosquiteiro impregnado com repelente ou inseticida.
Microcefalia
O período mais arriscado para a mulher grávida, em relação à contaminação pelo vírus da zika, aparentemente é o primeiro trimestre, pois é quando os órgãos estão em formação. Entretanto, apesar de parecer menor, o risco dos demais trimestres não está descartado. Se a mulher grávida suspeitar que foi infectada pela zika, não existe tratamento para que o vírus não chegue ao feto.
Transmissão do vírus por relação sexual
Há um único caso comprovado de transmissão sexual. Diante da frequência do mosquito, o do risco de ser picado por ele, a transmissão por via sexual não parece ser a maior preocupação neste momento.
Limitações
O retardo mental é uma das limitações que a microcefalia causada pela zika pode trazer. Porém, podem existir outras más-formações de sistema nervoso central, além de microcefalia.
