?O câncer é meu companheiro véi?
Seu Aélio, um homem que chama o câncer de companheiro e a vida de viagem
O abraço de seu Aélio denunciava quão sublime aquela manhã ia ser. Cheia de risos e histórias. Era aquele beijo que tocava a testa através da máscara. Eram aquelas mãos que buscavam carinhos. Eram elogios que não cessavam. Era tudo que denunciava quem era aquele senhor de 83 anos. ?Essa vida é uma viagem, minha filha, como um trem, e devo fazer com que seja uma boa viagem?, explicou ele o porquê de seus sorrisos não findarem mesmo levando em si um câncer de bexiga. Até porque pra ele o câncer é um ?companheiro véi?.
Calmo, falou detalhadamente as causas da felicidade espontânea e a vontade de ver a vida sempre com os olhos cheios de amor. ?Eu faço de tudo para que essa viagem seja a mais interessante; amo, tolero, tenho amigos, ah, e essa é a melhor coisa que você faz nessa viagem, os amigos?.
?Essa vida é uma viagem, minha filha, como um trem, e devo fazer com que seja uma boa viagem? – Seu Aélio
Ter piedade é rotina para seu Aélio. Não que ele não tenha seus momentos tempestuosos, ?ninguém é de ferro, ora?, mas fazer o bem já está tão emaranhado nas atitudes do seu dia-a-dia que ele nem sequer percebe. ?A humanidade é uma coisa só, somos átomos do mesmo corpo, se eu to machucando esse dedo, todo o meu corpo se ressente dessa dor; por isso que quando um ser humano sofre, toda humanidade sofre, então temos que ser piedosos e fazer o bem, por causa disso?.
E para demonstrar a imensidão dessa bondade, são abraços para cá, elogios para lá e sabedoria que encanta. O amor pelos livros foi o grande responsável pelas teorias embasadas que ele ditava e atestava sua erudição. Mas não foi fácil continuar o hábito da leitura. A idade foi ganhando números no mesmo passo que olhos perdiam a visão. ?Disseram que eu não ia mais ler, mas está aqui a prova de que é possível?, disse abrindo um caixote, dividido perfeitamente em partes iguais e com óculos dos mais diversos modelos, responsáveis por enriquecer os seus conhecimentos, feitos por um de seus filhos que é oftalmologista.
Entre os risos e os causos, dona Carmen, esposa de seu Aélio há mais de 30 anos, ditava o compromisso, ?não esqueça sua consulta médica?, e ele respondia com brandura, ?ta certo, neném?. As consultas já são costumeiras. O câncer de seu Aélio exige uma raspagem realizada de seis em seis meses e aplicação de imunoterapia, procedimento realizado no Hospital Regional Unimed – HRU.
?Ah, o Hospital da Unimed? Minha filha aquele sétimo andar cura 50% do câncer, porque a recepção daquele lugar, os amigos que você faz, quando você vai pro Roda de Vida, é tudo fabuloso?. O grupo Roda de Vida acontece trimestralmente e reúne os pacientes oncológicos do HRU. São moças bonitas, senhores cordiais e profissionais dedicados em busca de uma sinergia que aprimora o bom humor. ?Pra mim não, que sou forte pra dor interna, (pra externa sou frouxo – sussurra), mas tem gente que chega os cacos no Roda de Vida e sai rindo, sabia? O mundo se acabando, mas saem de lá com um sorriso de dar gosto?. A vida do ex-militar e professor de geopolítica aposentado não se resume em linhas quaisquer. É história de vida, de amor. Que embala o coração de cinco filhos e uma mulher apaixonada. E embalou os nossos corações com versos contados de olhos fechados, sorrisos na boca e uma imensidão de sentimentos.
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